Intervenção em Psicologia Social Comunitária com profissionais do sexo.

Abstract

A prostituição configura-se como uma atividade profissional que comercializa o sexo, formada majoritiamente por mulheres - no plural para contemplar as existências para além dos corpos cisgêneros. No entanto, a jornada de trabalho das mulheres é caracterizada por vulnerabilidade, pois existem clientes que não efetuam pagamento do serviço ofertado ou buscam as garotas de programa, principalmente as transexuais, para matá-las. O Estado, há anos, não adota medida alguma, influenciando para que a população abordada seja negligenciada em função da necropolítica. O sofrimento destas profissionais é politicamente determinado, sendo imprescindível desenvolver estratégias, em conjunto com a comunidade citada, para reivindicar direitos que são intrínsecos a existência de qualquer pessoa. Dentro deste contexto, este artigo objetiva explorar possibilidades de atuação, baseando-se na Psicologia Social Comunitária (PSC), direcionada às profissionais do sexo. Através das leituras realizadas, identificou-se que a PSC pode contribuir para a criação de direitos direcionada às profissionais do sexo através dos seguintes mecanismos: participação popular, cidadania emancipatória, políticas públicas e controle social. Ao fim, percebeu-se a relevância da PSC para desenvolver nas pessoas um senso de possibilidade de transformação na realidade sócio-política em que vivem.