APLICATIVOS DIGITAIS E AS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÕES DE SI E DOS CUIDADOS EM SAÚDE
Palavras-chave:
aplicativos móveis, Cuidados de si, Performatividade, Rede sociotécnicaResumo
As tecnologias digitais (incluindo os aplicativos) adquiriram novas funções para além da comunicação imediatista, passando a agirem como mediadores que proporcionam o prolongamento das nossas práticas e ações, amplificando nosso corpo biológico, superando seus limites e influenciando nossas emoções e subjetividade. Neste contexto, os aplicativos tornaram-se um elemento importante no que se refere também à produção de cuidados de saúde. Por isso, é importante pensar sobre as associações entre os corpos e os aplicativos, a agência dessa tecnologia digital, assim como a provocação de mudanças e produção de efeitos nos cuidados de si. Este artigo busca refletir sobre as possibilidades de produções de corpos e cuidados de si a partir das associações entre sujeitos e aplicativos móveis de saúde. Trata-se de uma análise teórica, cujos fundamentos principais buscamos nos pensamentos de Donna Haraway, Annemarie Mol e Bruno Latour.
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