REPRESENTAÇÕES SOCIAIS RELATADAS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE ACERCA DA MORTE E DO MORRER DE PACIENTES ONCOLÓGICOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores

Palavras-chave:

Profissionais de Saúde, Oncologia, Morte

Resumo

Diversas pesquisas científicas no mundo serviram de base para ocasionar mudanças da percepção da morte e do morrer de pessoas com uma doença oncológica, modificando a representação social sobre esses fenômenos. Apesar disso, percebe-se a existência de uma aura de silêncio que rodeia o termo (morte) entre os profissionais de saúde durante sua atuação em hospitais, o que pode ser extremamente penoso para eles, aumentando a carga de estresse. O objetivo do trabalho é o de investigar as representações sociais de profissionais de saúde acerca da morte e do morrer de pacientes oncológicos em processo de fim de vida. Trata-se de um tipo de pesquisa qualitativa, exploratória, individuada, transversal e de natureza básica, realizada na clínica oncológica em um Hospital Universitário. Foram contatados 10 profissionais de diferentes áreas da saúde que subsidiaram as compreensões deste trabalho.  Para a coleta de dados, utilizou-se a entrevista baseada em um questionário semi-estruturado. Os dados foram interpretados a partir da Teoria das Representações Sociais e os dados textuais foram tratados com o auxílio do software IRAMUTEQ. Através do processo de ancoragem e objetivação, obteve-se uma gama de representações sociais em torno do tema da morte e do morrer permeadas em uma diversidade de afetos, sobretudo, àqueles relacionados ao sofrimento. Observou-se ainda que os profissionais de saúde apresentam dificuldades em lidar com suas afetações decorrente da vivência do óbito de seus pacientes e isso pode repercutir em um estado de sofrimento psicológico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ítalo Souza Ferreira, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Graduado em Psicologia pelo Centro Universitário Tiradentes – UNIT/AL. Pós-graduado em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) – FERA; Pós-graduado em Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família (UNINTER); Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e Idoso (UFAL/HUPAA); Pós-Graduando em Humanização e Cuidados Paliativos (UNINTER); Pós-Graduando em MBA de Gestão de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Equipes (UNINTER). Analista de desenvolvimento do UNIT Carreiras na UNIT/AL.

Fabio Alves dos Santos, Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Graduação em Psicologia (UPE), Residência Multiprofissional em Gestão do Cuidado (UFPE), Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e Idoso (UFAL) e Mestrado em Saúde Coletiva (UFPE). Psicólogo do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (UFAL), psicólogo da Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (SESAU/AL) e professor do curso de pós-graduação em psicologia hospitalar e cuidados paliativos do CESMAC.

Claudia Edlaine da Silva, Secretaria Municipal de Saúde de Jaboatão dos Guararapes

Graduação em Psicologia (UNIFG), Pós-graduações em Saúde do Adulto e do Idoso na modalidade de Residência Multiprofissional (HUPAA/UFAL), Neuropsicologia (UNIFG), Saúde Pública (UNINTER) e Psicologia Hospitalar (FAVENI). Residente Multiprofissional em Atenção Básica e Saúde da Família (SES/PE).

Vanessa Ferry de Oliveira Soares, Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Graduação em Psicologia (FSA/PI), Pós-graduações Latu Sensu em Psicologia Clínica (FAESPI), Saúde Mental (IPUB/UFRJ) e Psicologia Hospitalar (FAVENI). Pós-graduação Stricto Sensu: Mestrado Acadêmico em Psicologia (UFAL). Psicóloga do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes - UFAL- EBSERH.

Referências

Batista, E. C.; Matos, L. A. L. De; Nascimento, A. B. (2017). A Entrevista Como Técnica de Investigação na Pesquisa Qualitativa. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v. 11, n. 3, p. 23–38.

Brasil (2013). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Dispõe sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 jun.

Brasil (2016). Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF.

Borges, A. D. V. S., Silva, E. F. D., Mazer, S. M., Toniollo, P. B., Valle, E. R. M. D., & Santos, M. A. D. (2006). Percepção da morte pelo paciente oncológico ao longo do desenvolvimento. Psicologia em estudo, 11, 361-369.

Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em psicologia, 21(2), 513-518.

Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2005). Resolução CFP n° 010/2005. Código de Ética Profissional do Psicólogo, XIII Plenário. Brasília, DF: CFP.

Crusoé, N. M. de C. (2004). A teoria das representações sociais em Moscovici e sua importância para a pesquisa em educação. Aprender-Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação, (2).

Freitas, R. A. D., Menezes, T. M. D. O., Santos, L. B., Moura, H. C. G. B., Sales, M. G. S., & Moreira, F. A. (2020). Espiritualidade e religiosidade no vivido do sofrimento, culpa e morte da pessoa idosa com cancer. Revista Brasileira de Enfermagem, 73.

Giamattey, M. E. P., Frutuoso, J. T., Bellaguarda, M. L. D. R., & Luna, I. J. (2021). Rituais fúnebres na pandemia de COVID-19 e luto: possíveis reverberações. Escola Anna Nery, 26.

Inca (2022). Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil. Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro: INCA.

Kovács, M. J. (2005). Educação para a morte. Psicologia: ciência e profissão, 25, 484-497.

Kovács, Maria Júlia (2008). Desenvolvimento da Tanatologia: estudos sobre a morte e o morrer. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 18, p. 457-468.

Kovács, M. J. (2010) Medo da morte. Kovács, M. J. In: Morte e desenvolvimento humano. 5 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Kovács, M. J. (2021). Educação para a morte: quebrando paradigmas. Novo Hamburgo: Sinopsys Editora.

Kübler-Ross, E. Sobre a Morte e o Morrer. 8 ed. São Paulo: Martins Fontes; 2008.

Minayo, Maria Cecília de Souza [Org.] (2007). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 26. ed. — Petrópolis, RJ: Vozes.

Monteiro, T. B. M., Borel, M. G. C., de Oliveira Arrieira, I. C., da Costa Carbogim, F., Thofehrn, M. B., & Amorim, T. V. (2021). Espiritualidade no cuidado ao paciente oncológico em processo de morte: percepção dos profissionais de enfermagem. Revista Eletrônica Acervo Enfermagem, 11, e7393-e7393.

Moreira, J. S. da, & Miranda, E. O. (2019). Teoria das representações sociais: a emergência epistemológica para a educação. EDUCA-Revista Multidisciplinar em Educação, 6(15), 98-113.

Nogueira, K., & Di Grillo, M. (2020). Teoria das Representações Sociais: história, processos e abordagens. Research, Society and Development, 9(9), e146996756-e146996756.

Oba, M. das D. V.; Tavares, M. S. G.; Oliveira, M. H. P. de (2002). A morte mediante as representações sociais dos profissionais de saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 55, p. 26-30, 2002.

Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020). Relatório da OMS sobre o câncer: Definindo prioridades, investindo com sabedoria e prestando cuidados para todos. Genebra: Organização Mundial da Saúde.

Polli, G. M., & Kuhnen, A. (2011). Possibilidades de uso da teoria das representações sociais para os estudos pessoa-ambiente. Estudos de Psicologia (Natal), 16, 57-64.

Rezende, L. C. Silva; Gomes, C. S.; Machado, M. E. da C. (2014). A finitude da vida e o papel do psicólogo: perspectivas em cuidados paliativos. Revista Psicologia e Saúde.

Rocha, A. P. C., da Fonsêca, L. C., & Sales, R. L. (2019). Dialogando sobre a morte como forma de prevenção do luto mal elaborado. Revista Psicologia & Saberes, 8(12), 31-50.

Santos, M. A. dos; Hormanez, M. (2013). Atitude frente à morte em profissionais e estudantes de enfermagem: revisão da produção científica da última década. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 2757-2768.

Scardua, A., & Souza Filho, E. A. D. (2010). Analisando representações sociais através de elementos gramaticais: compondo representações sobre música. Psicologia & Sociedade, 22, 374-381.

Schneider, R. H., & Irigaray, T. Q. (2008). O envelhecimento na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Estudos de Psicologia (Campinas), 25, 585-593.

Sung, H., Ferlay, J., Siegel, R. L., Laversanne, M., Soerjomataram, I.,& Jemal, A., Bray, F., (2020). Estatísticas globais de câncer 2018: estimativas GLOBOCAN de incidência e mortalidade em todo o mundo para 36 cânceres em 185 países. CA A Cancer Journal for Clinicians, 68(6), 394–424.

Downloads

Publicado

2023-12-20

Como Citar

Ferreira, Ítalo S., Santos, F. A. dos, Silva, C. E. da, & Soares, V. F. de O. (2023). REPRESENTAÇÕES SOCIAIS RELATADAS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE ACERCA DA MORTE E DO MORRER DE PACIENTES ONCOLÓGICOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Revista Psicologia & Saberes, 12(2). Recuperado de https://cesmac.emnuvens.com.br/psicologia/article/view/1549