CONSTITUIÇÃO DO FATALISMO EM ADOLESCENTES:
uma revisão integrativa
Palavras-chave:
Psicologia social, periferias, capitalismoResumo
Na sociedade capitalista, são notórias as diferenças entre as classes sociais. Isto se evidencia especialmente na situação das periferias e comunidades não centrais. Ao encontro disso, Martín-Baró aponta que o Fatalismo, caracterizado por suas três dimensões (impossibilidade de mudança, internalização da dominação social e caráter ideológico), impulsiona o conformismo e a não ressignificação de situações e vivências. Este estudo objetiva compreender o uso e o sentido do termo fatalismo em trabalhos sobre adolescentes. Foi realizada uma revisão de literatura utilizando as bases de dados Google Acadêmico, BVSPsi e Scielo utilizando os descritores "fatalismo" AND "constituição" AND (jovens OR adolescentes)”. A busca resultou em 11 artigos, sendo que 5 deles apresentavam uma definição reducionista do termo Fatalismo. Em contraste, 6 artigos apresentavam o termo sob a perspectiva de Martín-Baró, considerando suas as três dimensões. Estes apontaram para uma compreensão do Fatalismo não como um mero conformismo, mas como algo influenciado por variáveis biopsicossociais. Conclui-se que o conceito de Fatalismo ainda é pouco explorado, e que o caráter e as variáveis biopsicossociais de cada sujeito ainda são negligenciados pela literatura.
Downloads
Referências
Augusto, A., Rosa, P. O., & Resende, P. E. da R. (2016). Capturas e resistências nas democracias liberais: uma mirada sobre a participação dos jovens nos novíssimos movimentos sociais. Estudos De Sociologia, 21(40). Recuperado de https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/7581
Barros, A. S. de, Machado, V. M., & Silva, E. A. da. (2021). Intervenção em grupo com meninas adolescentes vítimas de violência sexual: da situação-limite ao inédito-viável. Revista De Educação Popular, 20(1), 304–324. https://doi.org/10.14393/REP-2021-54668
Cidade, E. & Ximenes, V. (2012). As manifestações do fatalismo de jovens em condições de pobreza no Brasil. Revista Latinoamericana de Psicología Social Ignacio Martín-Baró, 1(1), pp. 80-102. Disponível em:
Cidade, E. C., Ferreira Moura Junior, J., & Morais Ximenes, V. (2017). Implicações psicológicas da pobreza na vida do povo latinoamericano. Psicologia Argumento, 30(68). https://doi.org/10.7213/psicol.argum.5886
Costa, P. H. A. da, & Mendes, K. T. (2020). Dialética do Fatalismo: do Fatalismo dos Indivíduos para o da Ordem. Estudos e Pesquisas Em Psicologia, 20(2), 682–702. https://doi.org/10.12957/epp.2020.52593
Estivalet, A. G. (2011). Da infância à juventude: a trajetória dos “sem lugar” que vivem nas ruas de Porto Alegre. Poiésis-Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, 4(8), 458-503.
Euzébios Filho, A., & Guzzo, R. S. L. (2009). Desigualdade social e pobreza: contexto de vida e de sobrevivência. Psicologia & Sociedade, 21(1), 35–44. https://doi.org/10.1590/S0102-71822009000100005
Guerra, G. M. S. A., & Romera, V. M. (2010). Os adolescentes em conflito com a lei: um círculo vicioso de vitimizadores e de vitimizados. ETIC-ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA-ISSN 21-76-8498, 6(6).
https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/18302/3/2012_art_vmximenes.pdf
https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/13570
Júnior, F. B. (2011) Educação de jovens e adultos: territórios e subjetivação. Rev. Ed. Popular, Uberlândia, 10, 79-88.
Martín-Baró, I. (1998a). Hacia una psicología de la liberación. Boletín In A. Blanco (Org.), Psicología de la Liberación (pp.283- 302). Madrid: Editorial Trotta.
Martín-Baró, I. (1997). O papel do Psicólogo. Estudos de Psicologia (Natal), 2(1), 7–27. https://doi.org/10.1590/S1413-294X1997000100002
Martin-Baró, I. (2017). O latino indolente: Caráter ideológico do fatalismo latino-americano. In F. Lacerda Júnior (Org.), Crítica e Libertação na Psicologia (pp. 173-203). Petrópolis: Vozes.
Marx, K. & Engels, F. (2008). Manifesto Comunista. São Paulo, SP: Expressão Popular
Marx, K. (2013). O Capital: Crítica da economia política: Livro 1: O processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo.
Oliveira, L. B. de, Tizzei, R. P., Guzzo, R. S. L., & Silva Neto, W. M. de F. (2018). As aspirações da pequena burguesia: um estudo exploratório sobre as contradições psicossociais e possibilidades de mudança. Perspectivas Em Psicologia, 22(1). https://doi.org/10.14393/PPv22n1a2018-05
Oliveira, L.B. (2020) Martín-Baró & Klaus Holzkamp: Fatalismo e Capacidade de Ação. 82f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Campinas, 2020.
Oliveira, M. R. de, & Schlösser, A. (2020). Brasileiro é assim: fatalismo associado à identidade sobre ser brasileiro. Psicologia Para América Latina, 33, 23–32. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2020000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=
Paiva, I. L. D., & Yamamoto, O. H. (2010). Formação e prática comunitária do psicólogo no âmbito do "terceiro setor". Estudos de Psicologia (Natal), 15(2), 153-160. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2010000200004
Rodrigues, S. C. (2014). Adolescentes nas franjas dos territórios e as violências: vozes e existências. Revista LEVS, 14. https://doi.org/10.36311/1983-2192.2014.v14n14.4217
Sá, L. D. D. (2011). A condição de" bichão da favela" e a busca por" consideração": uma etnografia de jovens armados em favelas à beira-mar.
Souza Coelho, R., & Grisi Velôso, T. M. (2017). Juventude e projetos de futuro em relatos de estudantes de Ensino Médio de escolas públicas. ILUMINURAS, 18(44). https://doi.org/10.22456/1984-1191.75739
Trigueiro, R. D. M., Ricieri, M., Fregoneze, G. B., & Botelho, J. M. (2014). Metodologia científica. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional SA.
Vieira da Silva, F., & Agostinho da Silva, A. (2016). “Ser criança era moleza”: a constituição do sujeito adolescente em “Adeus conto de fadas”, de Leonardo Brasiliense. Travessias, 10(1), 26–32. Recuperado de:
